Um amarrotado do último mês
Fui a Vila do Conde. Comi mousse de chocolate três dias consecutivos, feita pela mãe da Ana. Bebi vinho quente e hidromel. Consegui finalmente ir a uma Padaria Portuguesa em busca das bolachas de centeio e chocolate que provei pela primeira vez este verão, na PROSA, mas estavam a um dia de passar do prazo de validade, pelo que não comprei. Usei um chapéu Fedora. Fui ver a peça Um Homem Inofensivo ao Teatro Aberto e depois bebi uma imperial no restaurante do próprio teatro, que por algum motivo que desconheço não se chama Restaurante Aberto (mas sim Pano de Boca e fica guardado como sugestão para um eventual jantar de grupo porque tem um ambiente óptimo e preços acessíveis). Perdi um casaco no Casino Estoril. Comi sushi. Conheci a nova namorada do Tiago. Vi a ex-namorada do Tiago. Comi uma fortune cookie. Deixei o ar condicionado ligado um dia inteiro, sem querer. Vi o Mont Blanc em pedra. Recomecei a ver The Marvelous Mrs. Maisel. Joguei padel. Fiz compras de Natal no dia 22 de dezembro. Fui ver o espectáculo de stand-up do Gilmário Vemba, à Altice Arena. Os meus olhos continuaram a ser marés. A rosácea continuou a dar-me um blush com textura. O meu corpo continuou a produzir ruídos estranhos ao nível das omoplatas. Recebi uma carta com um aumento da renda da casa. Provei bateretes em casa dos tios do João. Comi uma catrefada de filhoses. Joguei Dixit, Bomberman e Blaze Rush. Fiz Connections. Passei mesmo ao lado do presidente no Vasco da Gama (não tirei Marcelfie). Esperei por updates do Windows. Ouvi a You Got It do Roy Orbison até à exaustão. Soube de coisas desconcertantes, porém não surpreendentes. Fui ver o espectáculo do Luís de Matos, Impossível, ao teatro Tivoli e vi com os meus olhos como um papel amarrotado pode ter muita vida.