Sabedoria retrospectiva
Hoje desabafava com o João que me sentia mal e irritada porque passámos a semana a comer comida de compra, pré-feita (até noodles Banzai experimentámos, cheios de corantes e conservantes e sequestrantes e estupefaciantes e protestantes e anticongestionantes e vou parar com estes irritantes todos porque fica mal num texto justificado). Reconforta-me ele: deixa lá, para a semana fazemos melhor. E de repente senti-me melhor, porque mais uma vez dei-me conta de que tenho um guru involuntário na minha vida, que é a melhor espécie de guru para se ter no dia-a-dia. É quanto basta para uma restauração imediata de fé na minha capacidade de tomar boas decisões na vida, ainda que ela não se manifeste todos os dias (nem sequer todas as semanas); e já dizia Osho (este, sim, um guru reconhecido) que «a sabedoria retrospectiva é inútil».