cenas.vip

Ei, tu aí! Não fumes, não te metas nas drogas e não tomes banho

Não é novidade para ninguém que Portugal enfrenta um risco elevado de escassez de água até 2040. No cenário mais drástico, estima-se que por essa altura cada pessoa terá que viver com apenas 25 litros de água por dia, quando hoje gasta, em média, 190 litros. Parece uma quantidade absurda de água para satisfazer as nossas mesquinhas necessidades, e é, de facto. Talvez o próximo salto evolutivo da nossa espécie seja começarmos a lamber as nossas próprias feridas, logo a seguir a deixarmos de usar papel higiénico e de comer carne.

Não são poucas as acções de sensibilização que vemos que nos alertam para esta questão da escassez de água, mas sinto que persiste ainda uma bola de sabão gigante na sala casa-de-banho que temos muito pudor em fazer explodir: o banho diário. Costuma ser alvo de um pequeno chega-p'ra-lá social quem admite não tomar banho todos os dias, mas convenhamos que, a não ser que estejamos a mandar bedum de uma forma ofensiva (quando o suor já liberta umas notas de hortelã, num mosto morno que emulsiona mas não emociona), ou tenhamos andado a rebolar na lama ou a cavar batatas, poderemos tranquilamente declarar-nos um espaço Safe&Clean mesmo após um ou dois dias sem passarmos o corpo por água. Para mais, já temos um arrumadinho no país – não sei se nos trará muitas vantagens competitivas, quer a nível nacional quer mundial, arregimentarmos uma horde de lavadinhos.

Napoleão Bonaparte terá escrito à sua Josefina, depois de levar a cabo uma campanha militar: – Home in three days. Do not bathe.

Fica a dica.

#verdade-ou-mentira