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Não, isto não é um site porno, apesar de o endereço a isso soar.

Mas será sempre aconselhável prosseguir com cautela.

20250828_143451~2 Rosácea: «doença vascular crónica que atinge a pele da face, caracterizada por vermelhidão e inflamação dos vasos sanguíneos, podendo infecionar e criar pústulas e abcessos».

Ok, e para além desta informação dramática sobre as minhas glândulas sebáceas, o que mais posso dizer sobre mim?

Chamo-me Vanessa e comecei a escrever aos seis anos. Tendo em conta que essa é a idade típica com que uma criança aprende a escrever, este factoide não passa disso mesmo, mas é um fenómeno engraçado que gosto de observar: quando pessoas adultas recuam à sua infância para explicar como tudo começou, como se nessa altura tivessem muito poder de escolha e sobretudo consciência sobre como levar os seus dias na Terra; como se nessa altura não quisessem ser e fazer tudo ao mesmo tempo. O que quero dizer é que não sou especial. Fui escrevendo, à medida que crescia, da mesma maneira com que levava mais uma colherada de Arrozitos à boca: de forma rotineira e desinteressada. Os cadernos serviam, sem disso me dar conta, para registar cada investida minha em chegar aos sítios mais absurdos de mim própria, cada tentativa maníaca de explicar os espinhos que me feriam (e me ferem). Nunca chegava ao fim da explicação, mas suponho que uma pessoa nunca chega, a não ser que se finde de vez. Estava, no fundo e à superfície (mais à superfície do que no fundo), a apanhar enguias, com o sentido da tarefa difícil que é apanhar algo fugidio por natureza. Se lhe tocas, ela foge, como vi ou ouvi alguém dizer uma vez.

Este blog não servirá senão como mais uma forma de incursão nessa actividade perene que é apanhar enguias, mas mais de trinta anos de vida dão-me uma certeza: tudo o que vier à rede será uma pexotada (uma beluguice, no caso...).